sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Aula 09/10 - Gênero e modelos de atratividade


Para começar uma parte do Soneto de Camões. Romantismo a flor da pele.

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence o vencedor,
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade;
Se tão contrário a si é o mesmo amor?

O casamento e o amor como conhecemos nos dias de hoje, surge com os burgueses na modernidade. Antes dessa época o amor e o casamento que conhecemos hoje não existiam. A relação sexual tinha a simples função de procriação. O casamento era um negócio de família, e quem normalmente geria os negócios era o patriarca. No casamento não havia espaço para um relacionamento amoroso. 

A aliança entre famílias era necessária, os pais que decidiam quem iria casar com quem pensando na importância social, financeira e política das famílias envolvidas. Estar apaixonado nestas condições de nada adiantava. 

A igreja sempre exerceu fortes influências no casamento, hoje seu poder está diminuído, porém na idade média era ela que fazia as leis. Ela é a primeira a instituir o casamento como espaço legitimo para o uso da sexualidade, mas com o objetivo de procriação. Para a igreja o casamento era uma concessão e não um mandamento, somente servia para evitar a libertinagem. 

O casamento somente entra nos ritos da igreja a partir do século XII. Foi instituído o sacramento do matrimônio, tornando o casamento monogâmico e indissolúvel. 

A vida sexual tanto dos casados quanto dos solteiros era regida pela moral cristã e foi assim até a revolução francesa. Com a revolução burguesa a igreja perde poder político e não mais consegue reger a todos do estado. 

Acontece então uma mudança radical de valores e nos novos valores a característica é a permanente capacidade de mudança. 

O novo ideal do casamento seria então casar por amor. Nesse ideal os esposos devem se amar ou pelo menos parecer que se amam. Assim uma das grandes contradições surge, a desilusão pelo não atendimento das expectativas. 

Um dos modelos do casamento é o modelo malthusiano. Esse modelo de união tem como base o objeto, a amizade e o companheirismo entre os casais e a procriação não é o objetivo principal da união. 

A concepção moderna da sexualidade é um conjunto de vários fenômenos desde os mecanismos da reprodução até os sonhos. É uma construção social que engloba o conjunto de efeitos produzidos no corpo e nos comportamentos e nas relações sociais. 

Até o século XVIII o sexo somente era lícito dentro do casamento. No século XIX, os códigos de delitos se alteraram e quem começou a interferir nos prazeres dos casais foi a medicina. 

A sexualidade sofreu e ainda sofre muitas repressões, consideremos 2 momentos de repressão: 

- Um no século XVIII, com o nascimento de proibições, valorização da sexualidade adulta e matrimonial, imperativos de decência, esquiva obrigatória do corpo, contenção de pudores imperativos de linguagem. 

- Outro momento acontece no século XX, momento que os mecanismos da repressão começam a afrouxar-se. 

A sexualidade é profundamente suscetível às influências culturais e sociais. A sociedade e a cultura que determinam quais serão as práticas sexuais apropriadas. 

As mudanças que acontecem no amor, no casamento e na sexualidade transformaram o ser humano radicalmente modificando sua vida pessoal. 

No momento contemporâneo falamos em sexualidade plástica, essa totalmente liberta das necessidades de reprodução. Desenvolveu-se com a difusão da contracepção e de novas tecnologias reprodutivas. 

Hoje dia podemos falar em relacionamento puro que se baseia no compromisso, na confiança e na intimidade e não necessariamente precisa-se estar casado para ter esse tipo de relacionamento. 

Toda essa história da construção de relações amorosas e sexuais fez com que o relacionamento entre homem e mulher ficasse mais democrático e igualitário sendo uma conquista para ambos os sexos.

Texto retirado de:
Araújo, M.F. Amor, casamento e sexualidade: velhas e novas configurações. Assis: Departamento de Psicologia Clínica - UNESP.



e agora um música para os apaixonados de plantão.

Thank You For Loving Me 
Bon Jovi


Obrigado Por Me Amar

É difícil para mim dizer as coisas
Que as vezes quero dizer
Não há ninguém aqui, a não ser você e eu
E aquela velha lâmpada de poste quebrada
Tranque as portas
Deixe o mundo lá fora
Tudo que tenho para te dar
São estas cinco palavras e eu

Obrigado por me amar
Por ser meus olhos
Quando não podia enxergar
Por abrir meus lábios
Quando não pude respirar
Obrigado por me amar
Obrigado por me amar

Eu nunca soube que tinha um sonho
Até que esse sonho era você
Quando olho dentro de seus olhos
O céu é um diferente azul
Cruze meu coração
Eu não usarei disfarce
E se eu tentasse, você faria de conta
Que acreditou em minhas mentiras

Obrigado por me amar
Por ser meus olhos
Quando não podia enxergar
Por abrir meus lábios
Quando não pude respirar
Obrigado por me amar

Você me levanta quando estou caído
Você soa o alarme antes que eu fique fora
Se eu estivesse me afogando você separaria o mar
E arriscaria sua própria vida para me resgatar

Tranque as portas
Deixe o mundo lá fora
Tudo que tenho para te dar
São estas cinco palavras e eu

Obrigado por me amar
Por ser meus olhos
Quando não podia enxergar
Por abrir meus lábios
Quando não pude respirar

Obrigado por me amar
Quando não pude voar
Oh, você me deu asas
Você abriu meus lábios
Quando não conseguia respirar
Obrigado por me amar
Obrigado por me amar
Obrigado por me amar
Oh, por me amar.

Para saber mais:
SIMPLESMENTE AME !

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